Família: 45 anos!

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Hoje fazem 45 anos que meus pais se casaram! Muito, né?! Principalmente neste mundo onde a família está em descrédito. Não me considero uma pessoa preconceituosa, mas tenho conceitos firmes, princípios bem fundamentados. Provavelmente, os alicerces das minhas crenças sobre muitos assuntos tenham sido construídos sobre o relacionamento forte destas duas figuras impressionantes a quem tenho a honra de chamar de pai e mãe.

Com tantos péssimos exemplos de famílias e modelos e fórmulas novas, tanta confusão lançada sobre algo simples e lógico, tão antigo quanto as mais antigas civilizações, é fácil entender porque não se crê mais na família. A humanidade lança seus olhares sobre os novos arranjos de relacionamentos e tenta ver esperança no amor, mesmo que do avesso, e isso é compreensível.

Família a gente vive, a gente aprende. É muito difícil entender uma mãe que, em 2016 arruma a mala do seu pai todas as vezes que ele viaja. É estranho saber que existe um pai que recebe uma mãe com flores quando ela chega de viagem.  Não é comum uma mãe cozinhar, cantando, as comidas preferidas do pai. Causa espanto um pai se recusar a ouvir reclamações sobre a mãe para não desonrá-la.

Eu poderia descrever inúmeras ocasiões em que vi meu pai sendo “defensor das mulheres” de casa e, muitas vezes, minha mãe defendendo meu pai com unhas e dentes. Cresci vendo o respeito e o amor, a cumplicidade, a parceria, o sofrimento pelas mesmas causas, a dor pelas mesmas pessoas e as loucuras feitas em conjunto!

Se família existe, ela tem endereço, nome e sobrenome! E tem data de aniversário… 19 de setembro!

Claro que não posso convencer você do meu ponto de vista, porque ponto de vista é a vista de um ponto. O que posso é convidá-lo a vir ao meu ponto, enxergar a minha vista, conhecer qual é o verdadeiro propósito de Deus para a família; homens honestos, corajosos, valentes, que amam a verdade, que amam suas esposas e filhos; mulheres fortes, valentes, porém tranquilas, certas de quem são, justas, que honram seus maridos e amam seus filhos; filhos seguros, amados, cheios de esperança e sonhos!

Certamente, muitos outros casais vivem esta realidade em suas casas. Mas, hoje, tomo a liberdade de achar que os meus pais… são os melhores que alguém poderia ter!

Feliz aniversário de Casamento!!!!

SqNS

Setembro/2016

Por que irmãos brigam?

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Em uma conversa com uma garotinha, senti-me desafiada a fazer uma pesquisa mais profunda para descobrir porque irmãos brigam tanto.

Assunto inesgotável! Uma enorme variedade de artigos, de estudos de psiquiatras, psicólogos, sociólogos, de dicas para evitar brigas, para separar crianças na hora da encrenca… E não sou especialista, como sabem. Sou mãe, xereta e curiosa…

Fiquei encantada com certas coisas e pincelei algumas delas que, talvez, interessem também a você.

Algo certo para a ciência é que nascemos com características pessoais, temperamentos, traços que vem com a gente da barriga da mãe, nossos genes. Porém, aliado ao que trazemos, são nossos pares, as pessoas que vivem conosco, nossos pais, irmãos, o ambiente onde vivemos, que vão formar quem vamos ser quando adultos.

A partir do momento que nascemos, nossos irmãos e irmãs são nossos colaboradores e inspiradores, nossos modelos. Eles nos repreendem, protegem, torturam, aconselham, são fonte de inveja, objetos de orgulho. Mostram-nos como lidar com um conflito, por vezes, são o conflito! Eles nos ensinam a fazer amizades ou a nos afastar delas. Revelam-nos os mistérios sobre meninas e meninos. Os maridos/esposas chegam mais tarde em nossas vidas; nossos pais, eventualmente, vão nos deixar. “Irmãos” diz a socióloga de família Katherine Conger, da Universidade da Califórnia, Davis, “estão conosco por toda a viagem, são parceiros para a vida”.

Ao longo das últimas décadas de pesquisa, os cientistas se debruçaram sobre os esteriótipos: a ordem do nascimento, as crises do irmão mais velho, a rebeldia do mais novo ou a busca de identidade do filho do meio. Os estudos sempre estavam centrados no indivíduo em relação ao irmão ou aos pais.

Porém, recentemente, diversos centros de estudos no Canadá, Europa e Estados Unidos têm dedicado esforços para entender a dinâmica do relacionamento entre os irmãos. A atenção tem se dirigido à riqueza que estes relacionamentos proporcionam aos indivíduos, como eles oferecem proteção para comportamentos de risco dentro das famílias, educam sobre o sexo oposto, promovem crescimento quando competem em situações de favoritismo, cobrança ou golpes vindos dos pais.

Destas pesquisas, os cientistas têm percebido com maior a clareza construção das personalidades e de como se formam os adultos.

Laurie Kramer, professor de estudos da família na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, descobriu que, em média, irmãos entre 3 e 7 anos de idade se envolvem em algum tipo de conflito 3,5 vezes por hora. Crianças menores de 2 se envolvem em 4 a 6,3 (ou mais) de um confronto a cada 10 minutos, de acordo com um estudo canadense. Haja motivo para brigar, hein?!

E brigar é bom? Pode não ser bom, mas faz bem. Estranho? Pois é. Há muito que se aprender sobre os conflitos, que uma vez iniciados, podem e devem ser resolvidos.

Os relacionamentos entre irmãos são um ensaio para a vida adulta. E nossa vida adulta, está praticamente toda pautada em nossos relacionamentos sociais: o local de trabalho, o casamento, a igreja, os serviços prestados no comércio. Com nossos irmãos podemos estar de mau humor, voltar para casa e dividir o mesmo quarto e os brinquedos. Mais tarde, compartilhamos os pensamentos ou uma provocação só para ganhar um sorriso.

É neste mesmo lugar que aprendemos a lidar com o mau humor dos colegas do trabalho, a rir com o cônjuge nos momentos de crise, a levar numa boa o péssimo atendimento do comerciante. “Os relacionamentos entre irmãos são o lugar onde você aprende basicamente tudo isso” diz a psicóloga de desenvolvimento Susan McHale da Penn State University “Eles são relacionamento entre iguais”.

Elas brigam porque estão crescendo, argumentado, fazendo valer o que querem. Brigam porque tem razão para brigar e porque não tem razão também. Brigam porque não sabem que existe outro jeito, não são adultos, estão aprendendo a ser.

Nós, os supostamente adultos, precisamos entender que a briga e o conflito são um meio e não um fim. A discussão em si não é o objetivo, devemos interferir, como elementos neutros, talvez conversar sobre o assunto na hora da ebulição não seja a melhor das idéias. Assim como gostaríamos que fizessem conosco, quando os ânimos se acalmarem, conversar sobre o motivo da briga e insistir na aliança de amor para a vida que existe entre os irmãos, é importante para o próximo embate que, com certeza, virá mais tarde.

Brigar para separar uma briga não faz sentido. Fazê-lo aos berros… menos ainda.

São inúmeras as soluções e dicas sobre as brigas em casa. Mas hoje, esta não é a nossa conversa.

Com a idade, os conflitos, quando trabalhados devidamente, tendem a desaparecer. Mesmo os mais terríveis e briguentos dos irmãos, com o tempo, podem tornar-se próximos e tornar-se adultos emocionalmente qualificados para a vida, recordando seus combates de anos atrás e das lições que aprenderam com eles.

As crises da infância podem estabelecer profundos laços entre os irmãos, como exemplo, doença ou morte dos pais. Principalmente quando os irmãos bem mais velhos precisam assumir o papel de protetores dos mais novos.

Judy Dunn, psicólogo do desenvolvimento do Kings College de Londres disse “As experiências compartilhadas na primeira infância são de grande influência para os relacionamentos de agora. Elas lançam uma grande sombra sobre todos nós.”

Os irmãos são um feliz brainstorm criado por Deus, e a cada dia a ciência descobre mais e mais, que nossos relacionamentos da infância nos fazem quem somos hoje. Neste mundo enorme, individualista e cada vez mais assustador, nós, que temos o privilégio de ter irmãos, podemos constatar que não há nada como ter vários deles, e que venham as tão necessárias brigas!

SqNS

Setembro/2016

O Lugar

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Certamente, um dia, haverei de dizer de maneira exata o que sinto por Ti. Há de ter um lugar onde eu serei livre desta mente escassa de recursos, limitada a palavras. Serei livre deste corpo preso ao peso da gravidade.

A minha voz poderá cantar meu amor, sem tremular, as mais puras notas e instrumentos jamais vistos acompanharão a música nunca entoada, minha composição, só para Ti. Meu corpo, rígido e hoje sem graça, dançará de alegria em Tua presença, sem medo, sem hesitação, sem constrangimentos. O perfeito amor lançará fora todo o medo.

Hei de chegar neste lugar onde minhas mãos puras e santas tocarão as Tuas. Tuas mãos firmes, fortes e meigas que hão de me guiar até este lugar que espero por todos os dias de minha vida.

Há de ter este lugar, um lugar que sem conhecer, conheço. E, mesmo sem nele ter estado, permaneço num estado constante de saudade, aguardando pacientemente na esperança de ver o que ainda não vi.

Um lugar que não é físico nem geográfico, um lugar que é uma pessoa. Tu és esta pessoa que preenche todo o universo e ultrapassa os limites e as fronteiras de tudo o que foi criado porque criaste todas as coisas. Sendo Tu, maior que toda a compreensão e entendimento, amo-Te de maneira que não compreendo e não entendo. Meu amor por Ti ultrapassa os limites e as fronteiras do meu corpo mortal e corrupto, não cabe na minha alma indigna e incapacitada pelo pecado. Meu amor por Ti foi liberto quando deste vida ao meu espirito e me fizeste perceber  que sou Tua, estou em Ti, vivo para Ti. Todo o resto fora de Ti tem gosto de morte depois do sabor da vida que provei em Ti.

Quando eu entrar por completo neste lugar saberás de verdade o quanto Te amo. Não que não saibas agora, pois sabes tudo. Mas há de haver um lugar onde eu possa dizer da maneira que mereces, da maneira que és digno de ouvir. Um lugar onde eu possa definitivamente morar em Ti e Tu em mim, porque amo-Te de um jeito tão imenso e sinto Tua falta de um jeito tão intenso que posso ouvir o gemido da minha carne em perfeita simetria ao lamento da natureza chamando Teu nome: Vem Jesus!

SqNS

Setembro/2016